domingo, 20 de dezembro de 2015

Uma cidade INCOMPARÁVEL



Visitei Calcutá em 2008, e confirmo a tese atribuída ao jornalista Paulo Francis (1930-1997): se alguém quiser desacreditar da humanidade deve passar uma semana em Calcutá. E, olha que este competente jornalista foi alguém, por assim dizer, longe de poder ser definido como um “religioso”.

Hoje em dia, viver e servir Deus em qualquer grande cidade do mundo é um enorme desafio. Mas em Calcutá, com cerca de 18 milhões de habitantes (área metropolitana), sem qualquer infraestrutura básica, é algo inimaginável. Só quem passou por lá para ter uma vaga ideia.

Calcutá cultiva uma famosa “aura” de espiritualidade mística e por isso é conhecida e visitada por gente do mundo todo. Muitos jovens chegam à cidade em busca de experiências transcendentais e muitos deles terminam nas ruas sem dinheiro, e literalmente, escravos da prostituição, sem poder voltar para seus países de origem.

Com minha esposa e um irmão visitamos o templo de Kali e de Krishna. Também a enorme estação de trem em Rawha. Fomos ao famoso mercado New Market e caminhamos pelas ruas centrais da cidade. Pense em muita, mas muita gente num mesmo lugar... em seus rostos, muito além da estranheza cultural normal, percebe-se também a dor e uma tristeza e abatimento impossível de descrever em palavras.

Creio que foi ali que eu comecei a entender o verdadeiro significado da palavra miséria; algo avassalador e degradante. As multidões, o lixo, o trânsito caótico. Sem contar o forte calor e muita umidade no ar. Ao me deparar com centenas de pessoas deitadas pelo chão e milhões de sem-nada, o que se pode de fato perceber é um reflexo aproximado do caótico estado espiritual de milhões de vidas sem conforto e nem esperança.

Pense num país duas vezes e meia menor que o nosso com seis vezes mais habitantes. Dá pra imaginar? Reflita ainda sobre as a realidade estatística que aponta tão somente 0,05% de pessoas consideradas cristãs no chamado West Bengal ou Bengala Ocidental onde vivem hoje mais de 91 milhões de habitantes.

Alguém afirmou que na Índia o sentimento é de um grande esfacelamento interior: “Como ter esperança num país que classifica a maior parte de seus habitantes como parias e não tem como rever a sorte de homens e mulheres que terão uma qualidade de vida inferior a de um porco das favelas brasileiras?” (Ultimato, 1997).

De fato, ninguém vai à Índia permanece o mesmo, mas em Calcutá, especificamente, uma semana é suficiente pra apertar o coração e marcar a vida para sempre.


Aproveito este breve relato para convidar você a conhecer mais, orar e, especialmente, salvar vidas de crianças, adolescentes, jovens e famílias inteiras neste lugar em que Deus está fazendo coisas inimagináveis através da Sua Igreja. Junte-se a nós em 2016!


Pr. Zé
Membro da Equipe do Departamento de Missões da Aliança Cristã e Missionária Brasileira.

Para ter uma ideia mínima do que significa viver na cidade de Calcutá, assista o programa "O Mundo Segundo os Brasileiros" apresentado recentemente na rede Bandeirantes:
http://entretenimento.band.uol.com.br/omundosegundoosbrasileiros/episodio/15713197/5-calcuta.html

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