“E tudo quanto fizerdes, fazei
de coração. ” Colossenses 3.23
Neste primeiro trimestre de 2022 estamos desenvolvendo a série
“CONECTANDO”. Por reconhecer a grande necessidade de fortalecer a nossa fé sempre,
mas principalmente nestes tempos tão diferentes, temos conversado muito nestes primeiros
meses sobre a coerência da nossa fé em relação à missão que Cristo nos incumbiu,
e a partir da preciosa vida que Ele nos permite viver em Seu nome e com a Sua incomparável
alegria tanto no privado quanto no público.
Nosso tema do mês “Conectando
fé e trabalho” pressupõe que ser igreja é desfrutar a nossa fé e a orientação
clara das Escrituras também no exercício da nossa vocação dentro e fora das
relações da igreja. Isto é, uma fé que faça claro sentido no templo e no mundo.
Em casa e no ambiente de trabalho.
Por que trabalhar? Por que é tão difícil trabalhar? Como
encontrar satisfação no trabalho por meio do evangelho? São as três grandes
perguntas que o rico texto de Timothy Keller e Katharine Alsdorf propõe. E
destas três questões principais surgem outras: Qual é o propósito do trabalho? Como
Deus nos chama a expressar sentido e propósito por meio de nosso trabalho e
carreira profissional? Posso encontrar sentido e servir às pessoas em um
ambiente de trabalho impiedoso e voltado para resultado? Será que conseguirei
manter-me fiel a meus valores em meu emprego e ainda assim crescer
profissionalmente? Como fazer as difíceis escolhas que devem ser feitas ao
longo de uma carreira bem-sucedida? São estas as principais perguntas que consideraremos
em oração neste mês.
E, seguindo o brilhante roteiro de Keller e Alsdorf, que
leva ao desafiador subtítulo, “Nossa profissão
a serviço do reino”, nos primeiros domingos, vamos refletir e orar sobre o tema
“O plano de Deus para o trabalho”. Onde
os autores nos desafiam com uma consistente fundamentação histórica e teológica
do trabalho, começando desde a criação destacando as qualidades do trabalho
como Deus o determinou. O trabalho como cultivo e serviço está no plano
perfeito do criador para nossa realização. Sim, há uma profunda dignidade no
trabalho diário que fazemos, em todas as suas esferas, mas isso é bem diferente
do conceito e prática que costumamos ver atualmente.
Nos últimos domingos trabalharemos um pouco as “Nossas dificuldades com o trabalho”. O
que fazer quando percebemos que o nosso trabalho está se tornando infrutífero,
ou perdendo o sentido? Como lidar com as frustrações do seu emprego? Como tratar
aquele colega a quem gostaria de “ver pelas costas”? Como encarar o fato de que,
aparentemente, ninguém percebeu aquele excelente trabalho que você realizou?
É preciso cultivar a convicção que vem do evangelho: É o Senhor
quem dá utilidade e propósito ao que faço. E Ele espera que eu faça um excelente
trabalho hoje. Ele está me observando; Ele está presente. Ele mesmo nos ensina
por meio do apóstolo Paulo: “Sirvam de
boa vontade, como se estivessem trabalhando para o Senhor e não para pessoas. ”
(Efésios 6.7).
Nas palavras de Keller: “O trabalhador humilde que ordenha
as vacas no sítio, o caminhoneiro que transporta o leite, o varejista que o
comercializa, todos estão fazendo o trabalho de Deus; e isso mostra que não
existe trabalho insignificante, desde que a tarefa esteja realmente ajudando
alguém. ”
Em toda série deste mês buscaremos restabelecer a conexão vital
entre “O evangelho e o trabalho” e
de que forma essa realidade impacta positivamente a nossa vida profissional,
independente se trabalharmos no ministério em tempo integral ou não. Como
resume Naná Castillo: “Pois, o evangelho é sim capaz de proporcionar um novo
enredo e conceito para o nosso trabalho, e essa ressignificação coloca tudo no
seu devido lugar: fazer tudo com excelência, ética, integridade e,
principalmente, colocar o descanso no mesmo patamar que Deus colocou em Sua
obra criadora. Somos desafiados a ver a nova direção e o novo poder disponível para
o trabalho, quando o enxergamos através da perspectiva da cruz. ”
Termino com um brevíssimo testemunho. Um dos mais
importantes legados que recebi do evangelho através dos meus pais foi o gosto por
trabalhar. Crescemos numa família humilde. Mas o evangelho e o discipulado que
tivemos com a minha mãe e, especialmente, meu pai, deu a nós – a meus
cinco irmãos e a mim – a maravilhosa possibilidade de uma vida útil, realizada e cheia da
satisfação em Deus e no que somos e fazemos hoje. Sem dúvidas
o trabalho é uma das grandes dádivas de Deus que faz a vida de fato valer a
pena. “Bora” trabalhar meu povo!
Pastor
Zé