sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Espelho meu...

"Todos nós... somos transformados de glória em glória, na Sua própria imagem” (II Co. 3:18)



Você já acordou de manhã e pensou: “Puxa vida! Hoje eu quero muito buscar a santidade!!!” Não sei você, mas eu poucas vezes me lembro de orar assim nas minhas manhãs; oro pelo meu dia, saúde, proteção, família, mas estive pensando que não me lembro de orar a Deus pedindo santidade. Por que será?!?

Quando mencionamos a palavra santidade, muitas vezes o que nos vêm a mente, é que é algo muito difícil. E, de verdade, não queremos jamais este “estilo” de vida que é para os pastores, missionários, lideres da igreja, ou seja: aqueles que “tem obrigação” de serem santos.

Mas o que é a santificação? É uma obra progressiva da parte de Deus em nós, que nos torna cada vez mais livres do pecado e mais semelhantes a Jesus Cristo em nosso dia a dia. Uma vez que nascemos de novo não podemos continuar pecando como um hábito ou como um padrão de vida (I Jo. 3:9).

Portanto, a santidade é um processo contínuo na vida do cristão. Paulo diz que por toda a nossa existência, estaremos sendo aperfeiçoados: “Todos nós... somos transformados de glória em glória, na sua própria imagem” (II Co 3:18). Gradualmente nos tornamos cada vez mais semelhantes a Cristo, conforme avançamos na nossa formação cristã.

Logicamente, buscar a santidade no dia a dia, não é algo fácil, mas tem haver com uma disposição pessoal da nossa vontade, apoiada e alicerçada no agir poderoso do Espírito Santo. Santidade inclui uma renúncia daquilo que agrada o ego, os desejos, o estilo de vida contra Deus (abraçado hoje pelo “pós- moderno” jeito de viver), que rouba a qualidade de vida prometida por Cristo (Jo. 10:10), nos distanciando da família, irmãos, igreja e, principalmente, de Deus.


Buscar a santidade não é deixar de fazer algo apenas, mas realizar algo intencional a fim de nutrir a vontade e vida de Deus em nós. A busca da santidade deve ser um desejo e um compromisso pessoal, bem como, um derramar do Espírito Santo na comunidade.

Espero que você possa orar e avaliar sua própria vida. Olhe no espelho, e veja como está andando no seu dia a dia. Sua vida reflete (ou não) a vida de Deus em ao seu redor?


Sandro Alves


O Sandrinho, como coheci, é um companheiro da jornada. Tive o enorme privilégio de vê-lo vir a Cristo. Crescer na sua fé. Casar-se com a Carla. Preparar-se, formando-se em duas faculdades. E o melhor, caminhar ao seu lado como ministro do Evangelho no pastoreio do rebanho por mais de uma década. Hoje ela pai do Cadú e continua pastoreando na condição de presbítero da Aliança do Aeroporto em São Paulo. Um craque da Palavra e da "pelota". Irmão!

Este texto faz parte do tema “Corpo são, alma Santa” deste mês de Outubro em nossa igreja. Como ele antecipou, teremos muito para refletir e aprender sobre a santificação neste dias.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Carta do pastor-amigo ou amigo-pastor


São Paulo, Maio de um ano qualquer.


Meu amigo Pedro (*),

Louvo a Deus por nossa amizade! Saiba que nada apagará o apreço e carinho sincero que tenho por você. Nem o tempo, distância ou qualquer outra coisa. Sou seu irmão, e você sabe muito bem disso.

Recebi notícias tristes da Carla. Fui te visitar, mas você nem sequer me ouviu. Aliás, você me tratou com todo respeito e educação que oferece aos seus clientes. Uma pena!  

Mas desde então, tenho orado muito por você e por vocês. Espero sinceramente que você volte pra sua esposa, volte pra sua família e pro seu amado Senhor. Qualquer atalho que hoje possa parecer opção, que possa parecer aprazível, que possa encantar por um tempo, saiba, é tão somente um atalho, com suas consequências amargas e marcas profundas.

O “Caminho” você sabe qual é. Aquele que é “Verdade e Vida” sempre será o Senhor da sua jornada. Com Ele, e n’Ele hoje você passará por liberdade ou dores, luz ou trevas, alegria ou tristezas. Ele continua sendo o seu Caminho! Ser discípulo é persistir numa longa caminhada na mesma direção: Cristo, sua Cruz e Missão!

Você tem um chamado. Não desvie dele! Volte, consagre todo seu potencial, toda sua vulnerabilidade, todo seu ser ao Seu Criador e Senhor. O resto é com Ele. Acredite!

Crendo e vivendo no Caminho,


Seu amigo Zé.


(*) Pedro e Carla são nomes fictícios, mas a carta e a história são reais.

Passado alguns meses de silêncio e oração meu amigo Pedro veio me visitar com sua esposa. Ele me contou como voltou para sua igreja, foi restaurado (um tempo de muito choro e dor) e hoje sua casa serve de local para um Pequeno Grupo da igreja onde eles servem com humildade e temor discipulando outros no “Caminho, Verdade e Vida”, Jesus Cristo!


Eu continuo orando pelo Pedro e Carla. E parece mesmo que o poeta tinha razão: “Assim como as chaves abrem cofres, as cartas abrem corações.” (James Howell) Especialmente, quando o Espírito Santo faz o que só Ele pode fazer.
 

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Jejum, fome de Deus!


O jejum é uma prática milenar, porém em desuso na igreja cristã contemporânea. O jejum está presente tanto no Antigo como no Novo Testamento. Os profetas, os apóstolos, Jesus e muitos homens de Deus ao longo da história experimentaram os benefícios espirituais por intermédio do jejum. Os santos de Deus em todos os tempos e em todos os lugares não somente creram no jejum, como também o praticaram. Hoje, porém, são poucos os crentes que jejuam com regularidade e ainda há muitas dúvidas acerca da sua necessidade e de seu funcionamento.
O que é jejum? É a abstenção de alimento por um período definido para um propósito definido. O jejum não é apenas abstinência de alimento. Não é um regime para emagrecer. Ele deve ter propósitos espirituais claros. Jejum é fome de Deus, é saudade do céu. A Bíblia diz que comemos e bebemos para a glória de Deus e também jejuamos para a glória de Deus (1Co 10.31). Se comemos para a glória de Deus e jejuamos para a glória de Deus, qual é a diferença entre comer e jejuar? Quando jejuamos nos alimentamos do pão da terra, símbolo do Pão do céu; mas quando jejuamos não nos alimentamos do símbolo, mas da essência, ou seja, nos alimentamos do próprio Pão do céu. Jejuar é amar a realidade acima do emblema. O alimento é bom, mas Deus é melhor (Mt 4.4; Jo 4.32). A comunhão com Deus deve ser a nossa mais urgente e apetitosa refeição. Nós glorificamos a Deus quando o preferimos acima dos seus dons.
O maior obstáculo para o jejum não são as coisas más, mas as coisas boas. Nem sempre nos afastamos de Deus por coisas pecaminosas em si mesmas. Os mais mortíferos apetites não são pelos venenos do mal, mas pelos simples prazeres da terra, os deleites da vida (Lc 8.14; Mc 4.19). "Os prazeres desta vida" e "os desejos por outras coisas" não são um mal em si mesmos. Não são vícios. São dons de Deus. No entanto, todas elas podem tornar-se substitutos mortíferos do próprio Deus em nossa vida. Jesus disse que antes de sua volta as pessoas estarão vivendo desatentas como a geração que pereceu no dilúvio. E o que elas estavam fazendo? Comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento (Mt 24.37-39). Que mal há em comer e beber, casar e dar-se em casamento? Nenhum! Mas, quando nos deleitamos nas coisas boas e substituímos Deus pelas dádivas de Deus estamos em grande perigo. O jejum não é fome de coisas boas; o jejum é fome de Deus. O jejum não é fome de coisas que Deus dá; o jejum é fome do Deus doador. Nossa geração corre atrás das bênçãos de Deus em vez de buscar o Deus das bênçãos. Deus é melhor do que suas dádivas. O abençoador é melhor do que a bênção.
O propósito do jejum não é obter o favor de Deus ou mudar a sua vontade (Is 58.1-12). Tampouco impressionar os outros com uma espiritualidade farisaica (Mc 6.16-18). Nem é para proclamar a nossa própria espiritualidade diante dos homens. Jejum significa amor a Deus. Jejuar para ser admirado pelos homens é ter uma motivação errada. Jejum é fome do próprio Deus e não por aplausos humanos (Lc 18.12). É para nos humilharmos diante de Deus (Dn 10.1-12), para suplicarmos a sua ajuda (2Cr 20.3; Ed 4.16) e para voltarmo-nos para Deus com todo o nosso coração (Jl 2.12,13). É para reconhecermos a nossa total dependência divina (Ed 8.21-23). O jejum é um instrumento para fortalecer-nos com poder divino, em face dos ataques do inferno (Mc 9.28,29).
É tempo da igreja jejuar! É tempo da igreja voltar-se para Deus de todo o seu coração, com jejuns e com pranto. É tempo de buscar um reavivamento verdadeiro que traga fome de Deus em nossas entranhas, que traga anseio por um profundo despertamento da realidade de Deus em nossa igreja, em nossa cidade, em nossa nação!

Rev. Hernandes Dias Lopes
http://hernandesdiaslopes.com.br/2009/09/jejum-fome-de-deus


Ouvi o Rev. Hernandes na minha adolescência na IP Mineiros. Li vários de seus livros e acompanho seu ministério com atenção e admiração. Ele foi contemporâneo do meu irmão Rev. Djalma no Seminário Presbiteriano do Sul em Campinas. Sem dúvidas, um teólogo-pastor do nosso tempo que recomendo.

Rev. Hernandes Dias Lopes, natural de Nova Venécia-ES. Casado com Udemilta Pimentel Lopes, pai de Thiago e Mariana. Fez o seu curso de Bacharel em Teologia no Seminário Presbiteriano do Sul em Campinas-SP no período de 1978 a 1981 e o seu Doutorado em Ministério no Reformed Theological Seminary, em Jackson, Mississippi, nos Estados Unidos no período de 2000 a 2001.
Foi pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Bragança Paulista no período de 1982 a 1984 e desde 1985 é o pastor titular da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória-IPB. É conferencista e escritor.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

VOCAÇÃO MISSIONAL: “A Missão urbana, o viver glocal”


“Não é o caso que Deus tenha uma Missão para a Sua igreja no mundo, mas sim que Deus tem uma igreja para a Sua Missão no mundo.” (*)


Vista da varanda da nossa igreja: "Campo Belo, Campo Missionário!"

Um dos maiores desafios do nosso tempo são as cidades. Cidades são, entre outras coisas, contradição, complexidade e oportunidade. A cidade oferece possibilidade de mudança, crescimento e o sonho de estabilidade, mas também, e quase sempre, significará degradação moral, desintegração familiar, individualismo e solidão. Quando não, confusão e muito medo. Cidade também rima com ambiguidade!

Pessoas para construir "um Porto" para Cristo!
Na cidade os valores do indivíduo são testados, moldados e transformados para o bem ou para o mal. Cidades são sim um universo de diferenças e contradições. Mas (a maioria de nós brasileiros) nos tornamos "gente da cidade". Povo urbano. Portanto, somos chamados a ser Igreja na “polis”. Povo de Deus entre os povos das cidades “deste mundão” sem o meu Deus.  Como sugere o Evangelho (lido em nossas vidas na cidade) somos “uma voz que ecoa no deserto” de asfalto, cimento, trânsito, imoralidade, caos e abundante confusão.

Milhões de jovens na cidade de Calcutá!
Como ser cristão na cidade? Como ser igreja responsável para a metrópole? Como agir consciente e estrategicamente nos perigos e oportunidades que a vida na cidade cria e impõe hoje em dia?

Em tempos de grandes e rápidas mudanças, o desafio é local e global ao mesmo tempo. Na chamada pós-modernidade os cristãos são desafiados a um “viver glocal”. Quem são estes glocais? São pessoas comprometidas e enraizadas na sua realidade local, no seu contexto, mas também cientes e profundamente dedicados aos desafios globais de nosso tempo e geração. Daí a importância fundamental de abraçar e nutrir um estilo de vida que alcança a amplitude do chamado do Evangelho de Jesus Cristo hoje.

Uma "Comunidade Sal" para Tóquio!
Cristão glocais acolhem e vivenciam o chamado global de Jesus Cristo a partir de engajamento responsável e oportuno no seu contexto local (At. 1:8). A isso chamamos responsabilidade integral na Missão de Deus na dependência do poder do Santo Espírito que enche e envia a igreja. Só assim aceitaremos a vocação em Cristo aqui, em nossa cidade, e em todas as cidades e nações mais necessitadas da luz do Evangelho de Jesus Cristo.

Aceite hoje o desafio do cultivar paixão e obediência a Cristo e a Sua missão nesta geração. Seja igreja para sua cidade e seu mundo. Ouça o convite do Espírito. Desfrute a incomparável aventura do viver missional que obedece a Cristo e glorifica o Pai! Hoje. E exatamente a partir de onde você está!




(* )Stephen Wright, autor de 'The Mission of God' (A Missão de Deus) foi professor na All Nations College em Londres, e é atual Director de International Ministries para o John Stott Ministries.



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