Em que
ponto você está?
Costumo pedir aos cristãos que avaliem sua situação em relação à oração usando uma metáfora. Imaginem que sua alma é um barco, um barco que tem remos e vela. Nesse caso, aqui vão quatro perguntas:
Você está “velejando”? Velejar significa viver a vida cristã com o vento
soprando nas costas. Deus é real para o seu coração. Você sente seu amor
com frequência. Vê orações sendo respondidas. Ao estudar a Bíblia, encontra
coisas extraordinárias com regularidade e consegue sentir que Ele lhe fala.
Você percebe as pessoas ao seu redor sendo influenciadas pelo Espírito por seu
intermédio.
Você está “remando”? Remar significa que orar e ler a Bíblia lhe dá a
impressão de ser mais um dever do que um deleite. Deus com frequência
(embora não sempre) parece distante, e a sensação da sua presença é bastante
rara. Você não vê muitas das suas orações sendo respondidas. Pode ser que esteja
lutando com dúvidas acerca de Deus e de si mesmo. Todavia, apesar de tudo isso, você rejeita a aoutopiedade ou o orgulho
pretencioso de presumir que sabe melhor do que Deus como sua vida deveria
ser. Você continua a ler a Bíblia e a
orar com regularidade, frequenta os cultos de adoração e estende a mão para
servir às pessoas apesar da secura espiritual interior.
Você está “à deriva”?
Ficar à
deriva significa experimentar todas
as condições de quem está remando – secura espiritual e dificuldades na vida –
mas sua reação, em vez de remar, é se
deixar levar, ficar à deriva. Você não sente vontade de se aproximar de
Deus ou de lhe obedecer, portanto, não ora e nem lê. Cede ao egocentrismo que
lhe vem com naturalidade quando sente pena de si mesmo e segue à deriva com
comportamento autoindulgente a fim de se consolar, seja pela fuga por meio de
comida ou do sono, seja por práticas sexuais, seja pelo que for.
Você está “naufragando”? Com o passar do
tempo seu barco, sua alma, se desviará
das rotas de navegação – e perderá de verdade qualquer impulso à frente na
vida cristã. O impulso do coração pode se converter em dureza pelo fato de você
se entregar a pensamentos de aoutopiedade e ressentimento. Caso alguma
dificuldade ou problema mais grave lhe ocorrer, é bem possível que abandone por completo a fé e a identidade
de cristão.
Na
metáfora, vemos que existem algumas
coisas pelas quais nós somos responsáveis, como o uso dos meios de graça – a Bíblia, a oração e a participação na igreja – de modo
disciplinado. Há muitas outras das quais não temos muito controle – por exemplo,
se tudo correrá bem com as circunstâncias
da nossa vida e com nossas emoções. Se
você orar, adorar e obedecer, apesar das circunstâncias e sentimentos
negativos, não ficará à deriva, e quando os ventos soprarem outra vez, seguirá em frente a toda velocidade. Por
outro lado, se não aplicar os meios
de graça, na melhor das hipóteses ficará à deriva e, se sobrevierem tempestades
à sua vida, você correrá o risco de
naufragar.
Ore,
qualquer que seja o caso, haja o que houver. Orar é remar; e às vezes é
como remar no escuro – você não
perceberá se está fazendo progresso. Mas está, e quando os ventos soprarem
outra vez, e com certeza o farão, você
velejará de novo à frente deles.
Timothy Keller – Oração:
Experimentando intimidade com Deus. Pág. 248-249.
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