sábado, 17 de julho de 2021

Uma metáfora valiosíssima para sua caminhada de oração

 


Em que ponto você está?

Costumo pedir aos cristãos que avaliem sua situação em relação à oração usando uma metáfora. Imaginem que sua alma é um barco, um barco que tem remos e vela. Nesse caso, aqui vão quatro perguntas:

Você está “velejando”? Velejar significa viver a vida cristã com o vento soprando nas costas. Deus é real para o seu coração. Você sente seu amor com frequência. Vê orações sendo respondidas. Ao estudar a Bíblia, encontra coisas extraordinárias com regularidade e consegue sentir que Ele lhe fala. Você percebe as pessoas ao seu redor sendo influenciadas pelo Espírito por seu intermédio.  

Você está “remando”? Remar significa que orar e ler a Bíblia lhe dá a impressão de ser mais um dever do que um deleite. Deus com frequência (embora não sempre) parece distante, e a sensação da sua presença é bastante rara. Você não vê muitas das suas orações sendo respondidas. Pode ser que esteja lutando com dúvidas acerca de Deus e de si mesmo. Todavia, apesar de tudo isso, você rejeita a aoutopiedade ou o orgulho pretencioso de presumir que sabe melhor do que Deus como sua vida deveria ser. Você continua a ler a Bíblia e a orar com regularidade, frequenta os cultos de adoração e estende a mão para servir às pessoas apesar da secura espiritual interior.  

Você está “à deriva”? Ficar à deriva significa experimentar todas as condições de quem está remando – secura espiritual e dificuldades na vida – mas sua reação, em vez de remar, é se deixar levar, ficar à deriva. Você não sente vontade de se aproximar de Deus ou de lhe obedecer, portanto, não ora e nem lê. Cede ao egocentrismo que lhe vem com naturalidade quando sente pena de si mesmo e segue à deriva com comportamento autoindulgente a fim de se consolar, seja pela fuga por meio de comida ou do sono, seja por práticas sexuais, seja pelo que for.

Você está “naufragando”? Com o passar do tempo seu barco, sua alma, se desviará das rotas de navegação – e perderá de verdade qualquer impulso à frente na vida cristã. O impulso do coração pode se converter em dureza pelo fato de você se entregar a pensamentos de aoutopiedade e ressentimento. Caso alguma dificuldade ou problema mais grave lhe ocorrer, é bem possível que abandone por completo a fé e a identidade de cristão.

Na metáfora, vemos que existem algumas coisas pelas quais nós somos responsáveis, como o uso dos meios de graçaa Bíblia, a oração e a participação na igreja – de modo disciplinado. Há muitas outras das quais não temos muito controle – por exemplo, se tudo correrá bem com as circunstâncias da nossa vida e com nossas emoções. Se você orar, adorar e obedecer, apesar das circunstâncias e sentimentos negativos, não ficará à deriva, e quando os ventos soprarem outra vez, seguirá em frente a toda velocidade. Por outro lado, se não aplicar os meios de graça, na melhor das hipóteses ficará à deriva e, se sobrevierem tempestades à sua vida, você correrá o risco de naufragar.

Ore, qualquer que seja o caso, haja o que houver. Orar é remar; e às vezes é como remar no escuro – você não perceberá se está fazendo progresso. Mas está, e quando os ventos soprarem outra vez, e com certeza o farão, você velejará de novo à frente deles.   

 

Timothy Keller – Oração: Experimentando intimidade com Deus. Pág. 248-249.

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