Vivemos num país cristão, porém nominal. Esta realidade traz enormes implicações para a genuína fé cristã. Talvez, muito além do que temos conseguido enxergar.
O cristianismo
nominal no Brasil, sempre esteve associado com o tipo de pessoa que se identificava
como cristão, no entanto, suas crenças não eram percebidas em suas atitudes e
comportamentos. Ou seja, essa pessoa jamais assumira um compromisso genuíno e prático
em que de fato a sua fé fizesse uma real diferença.
Mesmo se
dizendo um cristão, esta pessoa não frequentava os encontros regulares, não lia
a Bíblia (nem mesmo possuía uma) e quase nunca participava das orações da
igreja. Porém, ousava se identificar como cristão e curiosamente, até se ofendia
quando alguém questionava sua relação com Deus ou com a sua honrada tradição
religiosa.
Os anos se
passaram, o século 21 chegou, e ainda hoje este nominalismo segue resistente.
Até bem pouco tempo atrás (antes da pandemia e da atual crise
político-econômica) os templos cristãos viviam superlotados, estes novos e “fervorosos”
fiéis citavam e postavam trechos da Bíblia (aparentando conhecê-la bem), e as orações, há bem pouco tempo, passaram a ser públicas, aceitáveis e até requeridas.
Mas apesar
de toda aparência de fervor cristão, o que não se percebeu até então, foi que a
nação brasileira de uma maneira geral continuava e continua sendo composta em
sua maioria por cristãos nominais. Ou seja, muito diferente do que parece, o
discurso e a prática continuaram desconectados e incapazes de fazer diferença
na vida pessoal e na vida pública.
Vivendo os
efeitos da polarização entre a fé e a vida, e do descrédito de uma religião
enferma e fragmentada, proponho que corramos para a carta de Paulo aos Efésios.
Certamente ela terá muito a nos ensinar. Sim, nela poderemos recuperar a esperança
e quem sabe possamos ser socorridos em nossa busca por identidade e propósito.
Em síntese, a
carta de Paulo aos Efésios revela que o plano de Deus para cada cristão é que ele
esteja em Cristo, o cabeça; e prossiga sua jornada unido
ao Corpo de Cristo, a Sua Igreja. Será que estamos realmente vivendo de
modo consciente a nossa identidade cristã e o propósito para o qual fomos
chamados neste mundo onde Deus está trabalhando e nos convocando a trabalhar
com Ele? Ou seguimos com a maioria nominal cega e perdida na religiosidade hipócrita,
vazia e sem sentido?
Peçamos
amados, a misericórdia do Pai para nós e nossos irmãos, e aprendamos juntos o que
significa hoje: “ [Deus] nos revelou o mistério da sua vontade,
de acordo com o seu bom propósito
que ele estabeleceu em Cristo, isto é, de fazer
convergir em Cristo todas as coisas...”. (Efésios 1.9,10)
Pastor Zé