terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Ministério Pastoral

 


Se você entrar no ministério pastoral, não apenas no exercício do dom, mas na verdadeira prática do ofício, precisa saber que você embarcou em uma jornada de solidão.

Você precisa saber que terá graça para amar, servir e se doar por pessoas, mas sem nunca esperar uma contraparte delas. Essa contraparte virá de alguns, mas você precisa estar liberto dessa expectativa para não adoecer.

Mesmo aqueles que em algum momento possam ter sido parte de sua equipe, e possam ter andado bem perto de você, não terá nenhum constrangimento em te abandonar, quando as coisas não estiverem de acordo com a expectativa que tem.

As pessoas dirão que te amam, dirão que são gratas, dirão que aprenderam muito com você, mas que estão indo embora. O capítulo 4 de 2 Timóteo é uma boa palavra para o coração daqueles que se propõe ao ofício do ministério.

Entenda, sua expectativa precisa estar exclusivamente em honrar a Jesus Cristo. A manter-se fiel a sua vocação. A esperar o prêmio, a gloriosa coroa que será dada a todos que terminarem bem a carreira.

Portanto, não espere nada das pessoas. Não faça nada para agrada-las! Agrade a seu Senhor. Ame seu povo, doe-se pelo perdido, avance com o Reino, mas aguarde sua recompensa do trono da graça.

Não quero desestimular você com meu texto, mas anima-lo a continuar a fazer o trabalho de um evangelista, pregando fielmente a palavra de Deus.

Sem mais!

Por Ricardo Costa

Fonte: https://www.facebook.com/igrejapresbiterianarenovadacabreuvavaleverde/posts/pfbid02jH5FKBUSxfmr2uGLTTw2btPrVg262AmzJ5iztfm3RwKSz4iPJkT3fCUgcDxqsD5Ul

Mais em: https://youtu.be/ZiGBuRhryys 



terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Centrados para fazer o que temos de fazer

 


“Se quiser construir um navio, não convoque as pessoas para juntar madeira e não dê a elas tarefas e trabalho; antes, ensine-as a desejar ardentemente a imensidão infinita do mar”. Antoine Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe

James K.A Smith no seu livro “Imaginando o Reino” explica: O anseio leva a ação. A ação e o trabalho são gerados mais por visões do que por máximas, mais por um telos do que por uma regra.

O autor da carta aos Hebreus nos conclama a desembaraçar “de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia… olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus’ e a considerar ‘atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo...” (Hb. 12.1-3). Olhar com olhos do coração, apropriar diariamente de Jesus e sua obra sacrificial – o evangelho, deve ser o nosso o foco.

É essa “imensidão infinita do mar” que nos transforma e motiva para servirmos com alegria o Senhor e nosso próximo. Assim, estando centrado no que ele é, fez, e no que você se tornou por sua graça, do que você tem que fazer para ele. Pois é precisamente essa gloriosa notícia que satisfaz a alma e transforma a vida, a imensidão infinita do mar que devemos ansiar.

Por que estar mais centrado no que Cristo é e fez, do que você tem que fazer? Porque estamos inclinamos a confiar mais em nossa lealdade por Cristo do que na lealdade dele por nós. Foi a confiança maior em sua própria lealdade que levou Pedro a negar a Jesus. Você precisa voltar a sua mente para quem Cristo é, o que foi feito por Ele a seu favor e para o que você se tornou por ter crido nele – filho amado, santo e agradável. Assim, será capacitado a responder com amor e serviço a Deus e o seu próximo.

Outro motivo para estar focado no evangelho da graça e do amor de Deus por nós, é que sempre voltamos ao nosso padrão automático de desempenho. A autora Elyse Fitzpatrick afirma: “Todos os descendentes deles (Adão e Eva) – nós todos – passariam a vida se escondendo uns dos outros e do Senhor, marcados pelo isolamento, a suspeita e a vergonha, tentando trançar folhas de figueira para cobrir a nossa ignomínia”.   

 

Outra razão é que o poder transformador e motivador para fazer o que tem que fazer vem de Cristo e sua obra – o evangelho (Rm. 1.16). A lei simplesmente diz o que fazer, o evangelho dá a motivação e o poder para fazer.  Assim, você precisa desejar ardentemente a imensidão infinita do mar da graça e do amor de Deus em Cristo e sua obra.

Mas o que significa estar mais centrado no que Cristo é e fez, do que você tem que fazer?

Primeiro, implica lembrar da imensidão infinita do mar da graça que o aceitou e o amou, por causa da vida, morte e ressurreição de Cristo. Essa é a primeira etapa da nossa salvação. Você tem que lembrar quem ele é, e fez a seu favor. Ele é o Filho amado do Pai e nosso irmão mais velho que nos justificou. Ser justificado é ter a mesma reputação do Filho de Deus. O Filho recebeu a condenação e nós a absolvição. Ele assumiu sua identidade pecadora para nos dar uma identidade justa, assumiu nosso histórico de vida vergonhoso e nos dá o seu histórico glorioso. Isso ocorreu de uma vez por todas. Assim você fica livre da culpa e da condenação que os seus pecados merecem.

Sim, só há uma senha para entrar nos infinitos depósitos da graça e do amor de Deus, essa senha não é a sua religiosidade, não é a sua moralidade e nem suas virtudes, mas a perfeita justiça que Cristo adquiriu por sua vida impecável, sua morte e ressurreição. Sem Cristo, você é um candidato ficha suja. Você necessita da ficha limpa do seu Salvador. Você ousará comparecer diante do seu tribunal com os trapos imundos de sua injustiça? Nem o Filho de Deus foi poupado quando o fez em seu favor. Contudo, Deus insistiu em amar a sua criação e esse amor o levou morrer por ela.

Segundo, estar focado em Cristo, implica em lembrar da imensidão infinita do mar do amor de Deus, pelo qual você está sendo salvo do domínio do pecado. Segunda etapa; chamamos santificação, crescimento na graça ou ser moldado à imagem de Cristo. Mais uma vez, você tem que centrar em Jesus e sua obra. Aqui é crucial, porque é aqui que mais tendemos em focar no que temos de fazer.

Cremos em Jesus e recebemos o perdão, mas podemos voltar ao antigo modo, padrão do desempenho religioso. Todo mundo conhece a lista: amar a Deus, e o próximo...as listas e a prestação de contas são boas; mas nunca motivarão ninguém a amar somente o evangelho é de fato capaz de implantar o amor e o desejo de obedecer em nosso coração. Paulo diz que é contemplando a glória de Cristo que somos transformados (2 Co. 3.18). Onde podemos ver a glória de Cristo com toda intensidade? Na imensidão infinita do mar do perdão, aceitação e adoção que recebemos pela fé em Cristo e sua obra do calvário. 

Dessa forma, completa Elyse Fitzpatrick, “Agora somos livres para obedecer como filhos abençoados e amados... é lembrando de nossa união com Jesus na cruz que somos transformados – postos em liberdade para amar a justiça e o Deus que a concedeu a nós. Nossa antiga relação com Deus como Juiz a quem desprezávamos foi transformada nessa relação com um Pai amoroso que nos acolhe com alegria como a bela noiva de seu Filho”.

Anseie ardentemente a imensidão infinita do mar. Pois não é o esforço que nos levará de volta para casa. Todos esses esforços estão nos levando ao momento vital em que dizemos a Deus: “O Senhor é que terá de fazer isso, eu não consigo! ” Conforme sintetiza C. S. Lewis, é a mudança da confiança em nossos próprios esforços para o estado em que desistimos de fazer qualquer coisa por esforço próprio e deixamos tudo por conta de Deus.

Mas isso não é inação, os salmistas dizem para esperar em Deus, eles estão confiando, buscando o Senhor em oração, obedecendo e louvando. Nosso esforço deve ser olhar para Cristo e sua obra a nosso favor, recebida gratuitamente pela fé. Você tem que deixar de confiar no seu esforço e olhar para a cruz. Nossa confiança em nossos esforços, obras para vencer as imperfeições sempre acabarão em frustração. Mas ao apropriar pela fé de que sou filho amado em Cristo me torno apto para imitá-lo. Leve uma vida de amor, porque você é amado. Porque você é amado, agora você deve imitar a Jesus (Ef. 5.1).

Mergulhe na imensidão infinita do mar. J. Piper arremata: “Deus nos considera aceitáveis, torna-nos seus filhos, conta-nos como justos; e por causa dessa justiça, passamos uma vida inteira nos tornando aquilo que somos” Nos tornando internamente no que já somos externamente – santos e agradáveis (Rm. 12.1).

Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor! (Rm. 7.25) É Jesus quem o liberta dessa impotência desanimadora na luta, do esforço próprio contra o pecado; não seus esforços; não suas resoluções... Só Jesus é o seu libertador. Aqui o que se celebra é a libertação do domínio do pecado em nossas vidas. É o amor de Deus em sua imensidão infinita por nós que nos renovará (Sf. 3.17.).

Terceiro, implica lembrar ainda, da imensidão infinita do mar de uma vida perfeita vivida em nosso lugar, que nos conduzirá à glória.  O último estágio da nossa redenção é a glorificação. Nós podemos viver com esperança sabendo que nossa vida aqui não é tudo o que existe. Um futuro glorioso de paz e alegria nos espera, quando tudo o que foi distorcido e destruído será concertado, e viveremos eternamente na luz de sua face gloriosa. Essa é a nossa jornada de fé. Walter Hooper diz: “Tal jornada conduz à feliz ‘terra da Trindade’. É ali que começam as alegrias quase inimagináveis neste mundo. Começam, não terminam. Naquela ‘feliz terra’, não será preciso que nos expliquem o ‘assunto sério do Céu’. Nós nos esqueceremos de qualquer outra coisa já existiu algum dia”.  

 

Concluímos com Elyse Fitzpatrick: “Até agora não falei sobre o que você precisa fazer... Se toda a obra que ele fez e todo amor que ele demonstrou por você não moverem o seu coração para desejar retribuir o amor dele, então eu lhe dizer que o ame e obedeça... não vai convencer você a obedecer... Ao permanecermos na justiça imputada... no amor de Deus por nós, saberemos que estamos mais centrados no que Cristo fez por nós”. Sim, estar centrados no amor de Deus e no que Cristo fez a seu favor é a imensidão infinita do mar. É essa verdade aplicada pelo Espírito que nos tornará santos e aceitáveis filhos de Deus, “postos em liberdade para amar a justiça e o Deus que a concedeu”. E também me conduzirá ao meu verdadeiro lar para onde irei, viverei por vista e estarei com Jesus.  Ali viverei imerso em fonte inesgotável de alegria, deleites e adoração para sempre.

 

Rev. Djalma Freitas

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Parábolas de Jesus

 


“Quando alguém tem um coração preparado, a compreensão é real. Mas se não houver receptividade no coração, logo desaparece. Por isso conto histórias. ” Mateus 13.12, A Mensagem

Jesus foi um mestre extremamente talentoso e seu meio preferido de instrução foi a parábola. Basicamente, o termo parábola significa uma comparação ou analogia, na maioria das vezes em forma de narrativa dramática. Histórias curtas, simples e do cotidiano das pessoas.

É comum que a parábola comunique um ponto principal (uma lição) em contraste com a alegoria, na qual praticamente todas os detalhes tem suas correspondências. Como por exemplo, na alegoria da videira e dos ramos.

Portanto, a função das parábolas de Jesus era ilustrar alguma verdade, especialmente com respeito ao caráter, aos valores e à vinda do reino de Deus.

Em segundo lugar as parábolas tinham a intenção de levar os ouvintes a algum tipo de decisão. O curioso iria embora para casa com uma história para o incomodar, já o sedento acompanharia o Mestre para de fato conhecer a interpretação e a profundidade da lição a vivenciar.

Por isso mesmo, e em terceiro, as parábolas contadas por Jesus, ocultavam a verdade e a revelavam ao mesmo tempo, uma vez que “vendo, eles não veem e, ouvindo não ouvem nem entendem” (Mt. 13.13). Não era propósito que as pessoas não conseguissem entender, mas isso seria a sim consequência, se o ouvinte endurecesse seu coração.  

As parábolas de Jesus não são simplesmente histórias a serem ouvidas, na verdade, são enigmas que cada ouvinte deverá desvendar. A palavra em hebraico traduzida por “parábola” significa exatamente isto: um enigma. Em conclusão, portanto, decifrar o reino ouvindo de coração as parábolas de Jesus despertará e renovará o aprendiz pra seguir o Mestre, se render ao Rei fazendo o Seu Reino conhecido.

 

Pastor Zé – Adaptado do devocionário de John Stott.

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