sábado, 12 de maio de 2012

Mãe hoje e sempre


Neste “Dia das Mães” quero homenagear “dona” Dé, minha querida mãe, com a linda história de vida de Paula Bonhoeffer (1874-1951).

Dedico estas poucas linhas a todas as mães que doam suas vidas e deixam marcas na história para a eternidade. Especialmente também à mãe da Isabela e Giulia que hoje não tem ideia do legado que estão recebendo, mas que um dia certamente agradecerão a Deus por este amor e companhia. A você Glaucia e todas as mães que compartilham a comunhão na Igreja Aliança do Aeroporto em São Paulo.

Vamos à história. Paula Bonhoeffer foi uma das poucas mulheres de sua geração a obter um diploma universitário como professora. Paula era filha de Hase von Karl-Alfred, um capelão na corte do Kaiser Guilherme II na Alemanha. Seu avô foi um grande teólogo e historiador da igreja chamado Karl-August von Hase. 

Walter, Karl-Friedrich, Klaus, Ursula, Christine, Sabine, Dietrich, e Susanne. 
Paula exerceu profunda influência sobre todos os filhos. Eram quatro meninos e quatro meninas. Ela escolheu educar seus filhos em seus primeiros anos em casa. Paula ensinou suas crianças no caminho da intimidade com Deus, especialmente através da Bíblia, música e das grandes tradições da fé cristã. E, seu rico e forte caráter moral e intelectual foi compartilhado por toda a família.

As crianças Bonhoeffer traziam seus amigos para casa. Brincavam de jogos e cantavam músicas folclóricas. Jogavam bola com as crianças do vilarejo, mas também passavam muito tempo lendo, encorajados por sua mãe.

Eric Metaxas resume o ambiente no lar Bonhoeffer: “... o cristianismo deles se desenvolveu principalmente dentro de casa. Todos os dias, liam a Bíblia e cantavam hinos, conduzidos pela senhora Bonhoeffer.”

Mas duras provas de fé vieram à família de Paula e do renomado psiquiatra luterano Karl Bonhoeffer.

O segundo filho do casal, Walter, foi convocado para lutar na Primeira Guerra Mundial e morreu no campo de batalha. E, por um ano todo a jovem mãe chorou e permaneceu praticamente imóvel no seu sofrimento. Passaram-se vários anos até que ela pudesse voltar a ser a mulher de outrora. Na verdade, dizem os historiadores, que ela só voltou a atualizar seu diário dez anos depois.  

No velório de Walter o hino escolhido dizia: “O que Deus tem feito, bem feito está. Injusta a Sua vontade nunca é. Tudo aquilo que fizer para mim, n’Ele coloco sempre a minha fé.” Detalhe fundamental, o hino foi cantado pela família, e escolhido pela jovem mãe Paula, apesar do sofrimento.

Vinte anos se passaram, uma segunda guerra tomaria outras preciosidades de Paula. Na trágica e fracassada tentativa de matar o ditador sanguinário Adolf Hitler (na chamada Operação Valquíria) quatro outros membros da família imediata foram executados: dois filhos (Dietrich e Klaus) e dois genros (Hans von Dohnanyi e Rüdiger Schleicher). Como se não bastasse toda tragédia, o irmão de Paula, Paul van Hase, também foi executado. Muitos de seus amigos próximos também formam mortos (dois de seus sobrinhos presos por pouco, não foram assassinados).


“Um relacionamento feliz... Nas bodas de ouro do casal, comentava-se que eles não tinham passado um mês sequer distante um do outro durante 50 anos de casamento.” 


Antes do enforcamento do seu filho Dietrich Bonhoeffer, que entrou para a história por ser, possivelmente, o mais importante nome cristão da Alemanha depois de Lutero, Paula escreveu:“Meu caro Dietrich! O dia 04 de fevereiro (seu aniversário) se aproxima, e eu penso na mudança dos tempos! Recordo-me de muitos aniversários felizes de crianças, com torta, chantilly, tetro de fantoches e máscaras! Isso me faz notar que estou ficando velha... A vida de fato muitas vezes é uma coisa incrível. O mais importante nisso tudo decerto é que fiquemos fiéis a nós mesmos, que não nos percamos, e que, apesar de toda as insuficiências da vida, não desacreditemos totalmente da humanidade... que Deus te proteja e esteja contigo também no ano que vem pela frente!” Mamãe (27.01.44)

Paula Bonhoeffer será lembrada como mãe hoje e sempre. Sua contribuição para o reino de Deus e seu país foi fundamentalmente gloriosa. 

Neste "Dia das Mães" eu penso em como precisamos urgentemente de mães que, como Paula, ousam desafiar sua realidade discipulando seus filhos para transformarem a história. A família Bonhoeffer fez diferença, especialmente, pela firmeza e dedicação de Paula. 

Hoje o mundo mudou, mas o desafio continua. Poderá ser assim com você mãe, como tem sido com muitas vitoriosa mães ao longo da história. Portanto, tão somente acolha este chamado divino, e dedique-se, recebendo o "parabéns" serva fiel diretamente do Senhor da História.

Por enquanto, parabéns mãe!

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