terça-feira, 8 de dezembro de 2015

A luta do CORAÇÃO


Você tem algum conflito em sua vida? Passa por momentos de extrema irritação em relação a alguém que você ama? Há pessoas que simplesmente o irritam mais que outras? Você teve muitos conflitos no ano que passou? E no mês passado? E na semana passada? E hoje?

Se você pudesse assistir um vídeo de uma semana típica em sua vida você identificaria uma quantidade surpreendente de conflitos acontecendo à sua volta?

O conflito é um dos efeitos principais da Queda, e não precisa muito para incitá-lo...

Quem sabe seu casamento tenha se deteriorado formando um ciclo de irritações seguida de comentários indelicados que se tornam mini guerras. Você pode estar vivendo uma vida do tipo “deixa como está para ver como é que fica” com a pessoa que um dia foi sua melhor amiga (o). Ou talvez seja um sério rompimento no relacionamento com seus familiares. Há parentes de sangue que você não tem desejo algum de ver ou conversar mais. Quando pensa neles, seu coração se enche de ira e amargura.

Talvez seja o sujeito no seu departamento. Ele critica todas as sugestões que você dá e dificulta tudo que você tenta fazer. Você dá voltas para não ter que passar pela mesa dele. Teme as reuniões da equipe que você gostava. Está convencido de que ele está perseguindo você e, portanto, está resolvido a não deixar que isso aconteça.

O conflito está em toda à nossa volta, desde rixas insignificantes até guerras declaradas. Nenhum de nós está imune e o conflito é na verdade uma janela que ilumina bem dentro de nossos corações. Tiago (4.1-10) diz que Deus usa o conflito para nos dar um discernimento importante para a luta diária do coração.


“De onde vêm todas as guerras e conflitos que assolam o mundo? Vocês acham que acontecem sem razão? Raciocinem. As guerras acontecem porque vocês exigem: 'é do, meu jeito, ou nada feito'. E para terem o que querem lutam com unhas e dentes. Vocês desejam o que não têm e são capazes de matar para consegui-lo. Invejam o que é dos outros e chegam a apelar para a violência.
Sei que vocês nem têm coragem de pedir a Deus. É claro que não; Vocês sabem que estariam pedindo o que não devem. Vocês são crianças mimadas, cada um querendo as coisas do seu jeito.

Vocês estão tentando passar a perna em Deus. Se tudo que querem é benefício próprio e enganar os outros, acabarão inimigos de Deus. E acham que Deus não liga? Pois ele mesmo diz: 'Tenho muito ciúme de quem amo'. A verdade é que o amor de Deus é simplesmente incomparável. E Deus ainda acrescenta: 'Eu condeno o coração orgulhoso, mas a minha graça abençoa o coração humilde'.



Então, rendam-se à vontade de Deus. Ele quer trabalhar na Vida de vocês. Digam 'não' ao Diabo, e ele fugirá de imediato. Digam 'sim' a Deus, e ele os atenderá na hora. Chega de se enlamear Em vez de viver no pecado, busquem pureza de vida. Reconheçam Vocês estão no fundo do poço Podem começar a chorar. Não dá para brincar com coisa séria. Ajoelhem- se diante do Senhor. Só assim vocês poderão se reerguer. Mas isso é só Deus que o fará.”





Tiago nos chama a atenção, não só porque ele trata de uma questão que existe na vida de todos nós, mas porque explica a razão de estar lá. “Você não gostaria de entender porque certas pessoas o irritam mais que outras? Porque os relacionamentos azedam e porque sua ira se ascende tão facilmente? Por que aquelas palavras tão cruéis não saem da nossa mente? Será que não deveríamos considerar por que nós, como pecadores, somos melhores em promover a guerra do que a paz?”

Tiago responde sua primeira pergunta com uma série de perguntas com algo que nos desafiam a algo radicalmente diferente de nossas ações costumeiras em relação ao conflito.  A reação da pessoa quando está irada explica sua ira culpando algo ou alguém que não sejam elas mesmas: “Ela me deixa muito irada!”; “Esse transito me deixa louco!”.

Tiago diz que nunca entenderemos nossa ira olhando para fora.  Em vez disso, nos aconselha a fazermos exatamente o oposto – olhar para dentro. Este é um princípio bíblico fundamental. A única maneira de entender sua ira é examinando seu próprio coração.
 
De acordo com Cristo palavras e ações iradas brotam do coração (Lc. 6.45). Nossos sentimentos de ira, nossas palavras e as ações que se seguem revelam coisas importantes a respeito do nosso coração...

Uma conversa tensa a respeito de decepções no casamento é mais que um momento de fraqueza entre marido e mulher. Ao contrário, Deus está trabalhando revelando ambos os corações. Se o casal se lembrar disso, eles reagirão um com o outro de maneiras bastante diferentes do padrão normal...

Note que o foco de Tiago não é somente o coração, mas os desejos do coração. Tiago faz um grande elo entre nossos desejos e nosso conflito, entre o que queremos e o que nos deixa irados. Entender esse elo pode abrir caminho para uma mudança permanente em sua vida...

O desejo está na base de cada palavra, ação ou sentimento irado... Não é errado desejar a atenção do marido. É errado ser governado por esse desejo de maneira que seu dia seja cheio de amargura pela ausência dele e suas noites cheias de tentativas manipuladoras para conseguir sua atenção...

Tiago destaca que o que é verdadeiro em nossos relacionamentos horizontais também é verdadeiro também é verdadeiro em nosso relacionamento com Deus. Se o meu coração for governado pelo desejo por determinada coisa, afetará meu relacionamento com Deus... Meu problema não são as pessoas pecaminosas e situações difíceis. Meu problema é que dou o amor que pertence a Deus a outra pessoa ou a coisa (idolatria ou adultério espiritual)...

Tiago diz mais. Este Deus zeloso (ama você demais para dar lugar a outros amantes) é doador de graça, a arma mais poderosa na guerra pelo coração; A graça de Deus nos dá poder para dizermos não aos fortes desejos. Ela nos capacita a virar as costas para a criação e nos posiciona rumo ao Criador. Ela nos torna dispostos a abandonar nossos reinos pelo reino d’Ele. Ela perdoa, mas ela também constrange, atrai e vence...

A graça zelosa (Tt. 2.11-15) não focaliza simplesmente no perdão do passado e na esperança da eternidade. Ela nos dá esperança imediata para as lutas no fim do dia, depois de anos de casamento, na vida da igreja, ou na jornada de uma família.  A graça nos lembra que podemos vencer a guerra que precisa ser ganha a guerra do coração...  

Quando colocarmos a nossas histórias dentro da grande história da compaixão e amor de Cristo, entenderemos quem somos e viveremos como deveríamos viver.


Paul Tripp, Intrumentos nas mãos do Redentor – Cap. 5, Entendendo a luta do seu coração (p.131ss.)

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