domingo, 10 de dezembro de 2023

Orar

 

 


Orar é abandonar todos os outros objetos de adoração e entregar-me diariamente à adoração de Deus somente.

 

Eu não deveria dizer isso, mas penso que seja necessário, oração é um ato de adoração. É profundamente mais do que trazer diante de Deus nossa lista de necessidades. Há pelo menos sete maneiras em que a oração está relacionada a adoração.

1. A oração reconhece a existência de Deus. Este é o fundamento maior da verdadeira oração. Ela começa e termina com o reconhecimento de que há algo maior e mais supremo do que o homem no universo. A verdadeira oração enfatiza firmemente as primeiras quatro palavras da Bíblia: "No princípio criou Deus...” Assim, a oração é o reconhecimento de Deus como Criador e Soberano. O fundamento da oração é o poder, a sabedoria, e o governo soberano de Deus. Não faria sentido orarmos se pensássemos em Deus como alguém semelhante a nós, com as mesmas limitações que temos.

2. A oração se curva diante da glória de Deus. Eis uma exigência constante da oração. Não podemos orar de modo apropriado sem reconhecermos que há uma glória maior neste universo do que nossa própria glória ou as glórias variadas do mundo físico criado. Oração é o reconhecimento de que nenhuma glória criada pode jamais satisfazer o coração de quem ora. Esse reconhecimento flui do entendimento de que somente quando vivemos para a glória de Deus, nossos corações podem descansar contentes.

3. A oração submete-se ao plano de Deus. Orar não é pedir a Deus que endosse e viabilize nosso plano de vida. Orar é reconhecer que aquele que fez o mundo, incluindo cada um de nós, é o único que sabe o que é melhor para nós. Como diz o salmista, "os juízos do Senhor são verdadeiros, e todos igualmente justos” (Sl. 19.9). Oração não é trazer a Deus uma lista de desejos pessoais e pedir a Deus que assine embaixo. Orar é entregar a ele uma folha em branco assinada por você, confiando nele para preenchê-la, como ele achar melhor.

4. A oração confessa o compromisso com o reino de Deus. É o reconhecimento de que neste lado da eternidade há uma batalha entre o reino de Deus e o reino de nosso egoísmo. Na oração, não pedimos a Deus para endossar os pequenos sonhos autocentrados de nosso reino claustrofóbico; em vez disso, comprometemos nossos corações aos planos e propósitos do reino de Deus e buscamos a graça para tomarmos parte no que Deus está fazendo e não sermos obstáculos à Sua obra.

5. A oração descansa na provisão de Deus. A verdadeira oração não é feita em pânico, mas num espirito de confiança e tranquilidade. Sabemos que aquele a quem oramos está perto de nós, é fiel e quer satisfazer cada uma de nossas necessidades.

6. A oração celebra a graça de Deus. A verdadeira oração nasce de nossa admiração pela graça, porque é a graça que nos desperta o desejo de orar, que nos permite aproximarmos de Deus em oração, tendo a promessa de que ele nos responderá.

 7. A oração compromete-se com a obra de Deus. Finalmente, oração é o reconhecimento de que entre o "já" e o "ainda não” há uma obra de Deus a ser realizada, e que necessitamos de sabedoria e força para realizá-la.

Orar é abrir mão dos próprios ídolos e ajoelhar-se diante de Deus em humilde e alegre adoração.

 

Dr. Paul Tripp - “As misericórdias do Senhor renovam-se a cada manhã”.


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