A catástrofe acontece, e o mundo das
pessoas desmorona. Cada pessoa reage de uma maneira, mas as duas reações mais
comuns são a negação e o desespero.
A negação recusa-se a reconhecer a
catástrofe: ela fecha bem os olhos ou olha em outra direção. Assim consegue
agir como se estivesse tudo bem, refugiando-se nas distrações, nas mentiras e
nas fantasias.
O desespero é entorpecido pela catástrofe,
aceitando-a como o fim do mundo. Por entender que a vida acabou e que os seus
planos e propósitos agora são inviáveis, o desespero tem esse efeito paralisante.
Ele fecha os olhos, indiferente a um mundo que perdeu a sua cor, um mundo que
morreu.
Entre os autores bíblicos, Ezequiel é
mestre na arte de lidar com a catástrofe. Quando ela aconteceu (Séc. VI a.C.) a
primeira reação foi negar tudo. Ezequiel percebeu que estava vivendo no meio de
um povo (desconcertantemente parecido conosco!) que, obstinado, se recusava a
enxergar o que estava diante dos próprios olhos (negação). Mas havia também os
que não estavam dispostos a enxergar nada além do que tinham diante de si
(desespero).
Mas Ezequiel enxergou. Ele percebeu
que o povo com quem vivia não conseguia ou não queria enxergar. Por meio de
imagens muito estranhas e inesquecíveis elaboradas em detalhes impressionantes,
ele pôde ver Deus em ação numa época numa época de catástrofe.
O grupo da negação recusava-se a
enxergar as reais dimensões da catástrofe. Como seria possível algo assim
acontecer? Deus não deixaria uma calamidade daquelas proporções acontecer a
eles! Mas Ezequiel provou que a catástrofe era real, mas, também, que Deus
estava agindo naquelas circunstâncias desfavoráveis, usando-as de forma soberana. Ele mostrou isso ao povo para que eles
conseguissem seguir a Deus no momento mais terrível da sua história.
O grupo do desespero, esmagado pela
devastação, recusou-se a enxergar que valia a pena viver a vida. Como seria
possível continuar? Tinham perdido tudo, ou logo perderiam: terra, templo,
liberdade e muitas, muitas vidas. Ezequiel mostrou a eles que Deus estava
agindo na ruína e no entulho, usando soberanamente
o desastre para criar um novo povo de Deus.
Seja pela negação, seja pelo
desespero, o povo de Deus quase perdeu essa identidade. Quase. O povo de Deus
emergiu robusto e inteiro daquele século catastrófico. E a razão, em grande
parte, foi por causa da pregação de Ezequiel.
Nos primeiros seis anos do ministério
de Ezequiel, a terra natal dos prisioneiros de guerra ainda estava intacta, e
muitos deles tinham a certeza de que em breve, Deus daria um jeito nos Babilônios
e levaria seu povo de volta para casa. Negação. Outros estavam certos de que
Deus (se houvesse um Deus) os havia abandonado. Desespero. Quando a notícia de
que Jerusalém havia sido demolida chegou, o desespero reinou por algum tempo.
Obs. Com 26 anos de idade, Ezequiel
era um dos milhares de judeus de Judá levados como prisioneiros de guerra para
a Babilônia, em 597 a.C. Ezequiel, a milhares de quilômetro de distância de
Jerusalém, ele jamais veria a casa de Deus novamente. Sem casa e sem emprego
(sacerdote), ele se deu a uma missão combater a negação e o desespero.
Introdução ao livro de Ezequiel - Bíblia
A Mensagem | Eugene Peterson
PR. Ze' :
ResponderExcluirEnquanto vc pregava, veio a minha mente, o atual momento que vivemos.
São pessoas (muitas), que nesta Pandemia vivem sem propósito, quase como Zumbis, sem direção, sem objetivos e pior : muitos não conhecem a Deus. Vivem sem perspectiva de futuro. Odiando, negando, mentindo e muitas vezes, blasfemando de crentes e de Deus!
Também temos falsos profetas, enganadores, bajuladores de HOMENS, com interesses nada espirituais!
Tenho clamando a Deus por misericórdia e perdão para nós e por toda a criação. Abcs
Prossigamos irmão. O momento é decisivo. Precisamos orar e discernir para não sermos contados separados de Deus e cúmplices de um descaminho. Oremos!!!
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