O poeta ficou
cansado
Pois
não quero mais ser
Teu
arauto.
Já que
todos têm voz,
por
que só eu devo tomar navios
de
rota que não escolhi?
Por
que não gritas, Tu mesmo,
a
miraculosa trama dos teares,
já que
Tua voz reboa
nos
quatro cantos do mundo?
Tudo
progrediu na Terra
e
insistes em caixeiros-viajantes
de
porta em porta, a cavalo!
Olha
aqui, cidadão,
repara,
minha senhora,
neste
canivete mágico:
corta,
saca e fura,
é um
faqueiro completo!
Ó
Deus,
me
deixa trabalhar na cozinha,
nem
vendedor nem escrivão,
me
deixa fazer Teu pão.
Filha,
diz-me o Senhor,
eu só
como palavras.
Adélia
Prado, Oráculos de maio
“Combati
o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. Agora me está reservada
a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não
somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda.” Paulo em 2 Timóteo 4:7-8
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