E agora, Carlos?

José do Egito responde a Carlos Drummond 

(Gênesis 37-41)

“Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.” (I Coríntios 15.19)

E AGORA, CARLOS? De filho querido, amado e mimado, A irmão desprezado, Traído e vendido. E agora, Carlos? Um pouco assustado, Decepcionado, Não desesperado, Por que não, Carlos? “Porque, se meu pai e minha mãe me desampararem, o SENHOR me acolherá.” (Sl. 27.10)  Sucesso e poder, Vivendo qual príncipe, À calúnia mordaz, De uma mulher E agora, Carlos? Um tanto surpreso, Meio atrapalhado, Não aterrorizado, Por que, Carlos? “Porque o Senhor fará sobressair a minha  justiça como a luz e o meu direito, como o sol ao meio-dia.” (Sl. 37.6)  E agora, Carlos? Nessa solidão Da escura prisão, Você me pergunta: E o sonho, José? “O seu Deus, onde está?” “Tirou-me de um poço de perdição, de um tremedal de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos.” (Salmo 40.1,2) Continuo a sonhar! Para onde, Carlos? Rumo à eternidade! “Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.” (II Tm. 4.8)

 

Oração: "Obrigada Senhor pela nossa esperança em Cristo que traz sentido às nossas vidas e nos livra do desespero em meio a crise e a dor.” 

Neli Freitas

E AGORA, JOSÉ?

(Carlos Drummond de Andrade)

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?

...

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
...

a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

...

Sozinho no escuro
qual bicho do mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?