Poucas pessoas conhecem
minha trajetória, em especial na vida cristã. Em 1995 eu estava no auge da
minha carreira como produtor de vídeo, tinha uma empresa com 1800 metros no
bairro do Campo Belo, e produzia programas para TV, vídeos institucionais, entre
outros.
Foi bem na época que
despontavam programas religiosos, principalmente na Bandeirantes e na Record,
de 92 a 95 eu fui de um porão da Cidade Ademar para um local sem comentário no
Campo Belo, e não dependia de religião, era o esporte que nos sustentava.
Nem tudo ia bem,
casamento, amizades, e minha alma estavam sofrendo! Foi neste contexto, que
conheci um empresário argentino, que me contratou para produzir um programa
para TV argentina. Eu passava muito tempo com ele durante a semana, pois o
programa era uma agenda cultural, que exibia as melhores atrações culturais e
comerciais do Brasil. Isso me fez conhece-lo, e uma de suas “façanhas” era ter
se reinventado depois de um tombo catastrófico como empresário. Eu olhava para
ele e pensava, esse é um cara de sucesso! Tinha uma postura e desenvoltura
magníficas, e algo me intrigava muito.
Na minha empresa, por
“herança familiar” tinha exu nos quatro cantos, e minha crença é que eles me
protegiam e muito. Na verdade, eu estava prestes a falir! O que viria, seria
uma ruina profissional, com possibilidades incríveis para mudanças.
Para encurtar a
história vou pular algumas etapas. Certo dia, Tony, o argentino, me fez um
grande favor financeiro, e por conta disto fui obrigado a lhe dar uma carona,
que finalizou num culto de libertação em 24 de novembro de 1995.
Desse dia em diante
minha vida mudou, os exus foram para o lixo, e minha relação com os sócios
desmoronou. Foi uma queda após a outra, fechar a empresa foi a primeira, afinal
eu precisava sair da casa rebelde, e sai!
De 1996 a 2000 foram
muitos bicos, e sem condições fixas, eu via alguns mandamentos como o Dizimo,
algo distante da minha realidade. Em 2000 fui agraciado com um emprego na maior
fabricante de Cds e Dvds da América Latina, apenas e tão somente por estar
estudando num seminário metodista, todos meus cursos e diplomas não haveriam
importância para aquele cargo. Então fui encarregado de gerenciar as contas do
departamento Gospel daquela empresa, e sem nem conhecer sequer um cliente da
área, passei todos os meses a ser o melhor resultado da empresa. O dono da
empresa, Isaac, ria como diz o próprio nome, dizendo que o “biblioso” tinha
algum truque. Na verdade, era simplesmente a providência de Deus.
Ganhando muito bem, me
esqueci do mandamento, e as desconfianças em relação ao mercado Gospel, me
levavam a não dizimar. Afinal, a maioria dos líderes que eu conhecia na verdade
só estavam preocupados com seus próprios interesses. Da maneira como o dinheiro
vinha ele ia embora, e acabei saindo daquela empresa, pois o dono era
literalmente perturbado pelo nosso inimigo, e fui embora depois de pouco mais
de um ano. Pulei de um negócio a outro, um emprego de uma semana, uma sociedade
furada, propostas tentadoras, desemprego. Assim passei os doze anos seguintes,
sem dar o dízimo, mesmo quando queria, pois, realmente não havia como.
Em 2012, por intermédio
de um amigo, Deus me levou a voltar aos estudos, sem saber direito no que
estava me metendo, quando me dei por conta estava lecionando ciências em uma
escola do estado. O salário de professor, como todos sabem, é um dos menores,
mas isso não aboliu o dever que eu sabia que tinha com Deus, então passei a
dizimar, mas fazia aquilo em sigilo pois tinha até mesmo vergonha do valor.
O interessante, é que
com a disciplina, e a benção de Deus, aquele salário vinha rendendo cada vez
mais. Meus filhos fizeram faculdade, foram para o mercado de trabalho, e o
tempo parece que voou. No início de 2019, as bênçãos foram ainda maiores, e
então passamos a literalmente dizimar. Em janeiro de 2020, sem explicação,
depois de tudo isso fomos para Portugal, eu e minha esposa, Cecilia foi
palestrar na Universidade de Lisboa e eu fui aproveitar as férias adiadas por
mais de 28 anos. Mesmo sem saber se teria o mesmo salário no ano, fiz questão
de dizimar o mesmo valor todos os meses. E quando retornamos para o Brasil, em
meio a explosão da pandemia, eu fui para a atribuição de aulas, que é onde
pegamos as classes para trabalhar durante o ano.
Vou explicar
rapidamente como isso acontece:
Vamos para sede da
diretoria de ensino onde estamos cadastrados, e todos professores ficam em uma
fila aguardando sua vez para escolher salas para lecionar. Bom isso parece
simples, mas não é, são milhares de professores para escolher, por meio de sua
pontuação, os locais para completar sua carga horária. Às vezes, passamos o dia
inteiro e voltamos para casa sem nada!
Bom, eu já cheguei no
Brasil com um atraso, pois as aulas já estavam ocorrendo cerca de um mês, mas
por minha experiência, sempre era muito difícil pegar aulas antes de março. E
pasmem, na minha primeira ida a DE, peguei 9 aulas semanais. KKKK, isso
significaria pouco menos de um salário mínimo, eu precisava 32, mas era na
escola que eu já estava antes, e tinha a promessa de professores se aposentarem
até junho. Na hora que estava saindo, fui abordado pela dirigente, ela disse:
Você não quer ir para o integral? Tem vaga pra você. Eu pensei, só por Deus.
Bom, a atribuição foi 3
dias depois, e fui contratado para carga total com gratificação para o ensino
integral. Glórias a Deus!
Tem detalhes, estou
dando aula na escola que me formei em 1978, dei aula por duas semanas e
entramos na quarentena. Deus me garantiu o salário, e mesmo estando trabalhando
a distância, mesmo com essa pandemia, posso cumprir o mandamento e dizimar.
Não sei como está sua
vida neste instante, mas tenha certeza que Deus está totalmente no controle,
faça sua parte, creia que isso é verdade.
Rolf Cohn
O Rolf é um membro ativo da Igreja Aliança do Aeroporto colocando sempre todos os seus dons e recursos para honrar Cristo e avançar Seu reino. Pai amaroso do Alex e João, casado com a Cecília por algumas décadas (digamos assim... rsrs).