sábado, 23 de maio de 2020

Fidelidade mesmo na dificuldade



Poucas pessoas conhecem minha trajetória, em especial na vida cristã. Em 1995 eu estava no auge da minha carreira como produtor de vídeo, tinha uma empresa com 1800 metros no bairro do Campo Belo, e produzia programas para TV, vídeos institucionais, entre outros.

Foi bem na época que despontavam programas religiosos, principalmente na Bandeirantes e na Record, de 92 a 95 eu fui de um porão da Cidade Ademar para um local sem comentário no Campo Belo, e não dependia de religião, era o esporte que nos sustentava.

Nem tudo ia bem, casamento, amizades, e minha alma estavam sofrendo! Foi neste contexto, que conheci um empresário argentino, que me contratou para produzir um programa para TV argentina. Eu passava muito tempo com ele durante a semana, pois o programa era uma agenda cultural, que exibia as melhores atrações culturais e comerciais do Brasil. Isso me fez conhece-lo, e uma de suas “façanhas” era ter se reinventado depois de um tombo catastrófico como empresário. Eu olhava para ele e pensava, esse é um cara de sucesso! Tinha uma postura e desenvoltura magníficas, e algo me intrigava muito.

Na minha empresa, por “herança familiar” tinha exu nos quatro cantos, e minha crença é que eles me protegiam e muito. Na verdade, eu estava prestes a falir! O que viria, seria uma ruina profissional, com possibilidades incríveis para mudanças.

Para encurtar a história vou pular algumas etapas. Certo dia, Tony, o argentino, me fez um grande favor financeiro, e por conta disto fui obrigado a lhe dar uma carona, que finalizou num culto de libertação em 24 de novembro de 1995.

Desse dia em diante minha vida mudou, os exus foram para o lixo, e minha relação com os sócios desmoronou. Foi uma queda após a outra, fechar a empresa foi a primeira, afinal eu precisava sair da casa rebelde, e sai!

De 1996 a 2000 foram muitos bicos, e sem condições fixas, eu via alguns mandamentos como o Dizimo, algo distante da minha realidade. Em 2000 fui agraciado com um emprego na maior fabricante de Cds e Dvds da América Latina, apenas e tão somente por estar estudando num seminário metodista, todos meus cursos e diplomas não haveriam importância para aquele cargo. Então fui encarregado de gerenciar as contas do departamento Gospel daquela empresa, e sem nem conhecer sequer um cliente da área, passei todos os meses a ser o melhor resultado da empresa. O dono da empresa, Isaac, ria como diz o próprio nome, dizendo que o “biblioso” tinha algum truque. Na verdade, era simplesmente a providência de Deus.

Ganhando muito bem, me esqueci do mandamento, e as desconfianças em relação ao mercado Gospel, me levavam a não dizimar. Afinal, a maioria dos líderes que eu conhecia na verdade só estavam preocupados com seus próprios interesses. Da maneira como o dinheiro vinha ele ia embora, e acabei saindo daquela empresa, pois o dono era literalmente perturbado pelo nosso inimigo, e fui embora depois de pouco mais de um ano. Pulei de um negócio a outro, um emprego de uma semana, uma sociedade furada, propostas tentadoras, desemprego. Assim passei os doze anos seguintes, sem dar o dízimo, mesmo quando queria, pois, realmente não havia como.

Em 2012, por intermédio de um amigo, Deus me levou a voltar aos estudos, sem saber direito no que estava me metendo, quando me dei por conta estava lecionando ciências em uma escola do estado. O salário de professor, como todos sabem, é um dos menores, mas isso não aboliu o dever que eu sabia que tinha com Deus, então passei a dizimar, mas fazia aquilo em sigilo pois tinha até mesmo vergonha do valor.

O interessante, é que com a disciplina, e a benção de Deus, aquele salário vinha rendendo cada vez mais. Meus filhos fizeram faculdade, foram para o mercado de trabalho, e o tempo parece que voou. No início de 2019, as bênçãos foram ainda maiores, e então passamos a literalmente dizimar. Em janeiro de 2020, sem explicação, depois de tudo isso fomos para Portugal, eu e minha esposa, Cecilia foi palestrar na Universidade de Lisboa e eu fui aproveitar as férias adiadas por mais de 28 anos. Mesmo sem saber se teria o mesmo salário no ano, fiz questão de dizimar o mesmo valor todos os meses. E quando retornamos para o Brasil, em meio a explosão da pandemia, eu fui para a atribuição de aulas, que é onde pegamos as classes para trabalhar durante o ano.

Vou explicar rapidamente como isso acontece:

Vamos para sede da diretoria de ensino onde estamos cadastrados, e todos professores ficam em uma fila aguardando sua vez para escolher salas para lecionar. Bom isso parece simples, mas não é, são milhares de professores para escolher, por meio de sua pontuação, os locais para completar sua carga horária. Às vezes, passamos o dia inteiro e voltamos para casa sem nada!

Bom, eu já cheguei no Brasil com um atraso, pois as aulas já estavam ocorrendo cerca de um mês, mas por minha experiência, sempre era muito difícil pegar aulas antes de março. E pasmem, na minha primeira ida a DE, peguei 9 aulas semanais. KKKK, isso significaria pouco menos de um salário mínimo, eu precisava 32, mas era na escola que eu já estava antes, e tinha a promessa de professores se aposentarem até junho. Na hora que estava saindo, fui abordado pela dirigente, ela disse: Você não quer ir para o integral? Tem vaga pra você. Eu pensei, só por Deus.

Bom, a atribuição foi 3 dias depois, e fui contratado para carga total com gratificação para o ensino integral. Glórias a Deus!

Tem detalhes, estou dando aula na escola que me formei em 1978, dei aula por duas semanas e entramos na quarentena. Deus me garantiu o salário, e mesmo estando trabalhando a distância, mesmo com essa pandemia, posso cumprir o mandamento e dizimar.

Não sei como está sua vida neste instante, mas tenha certeza que Deus está totalmente no controle, faça sua parte, creia que isso é verdade.

Rolf Cohn 


O Rolf é um membro ativo da Igreja Aliança do Aeroporto colocando sempre todos os seus dons e recursos para honrar Cristo e avançar Seu reino. Pai amaroso do Alex e João, casado com a Cecília por algumas décadas (digamos assim... rsrs). 


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