Pensamos que somos nós quem escolhemos os nossos companheiros. Mas na realidade, uma pequena diferença na data de nosso nascimento, alguns poucos metros de distância de nossa casa, a escolha de uma escola ao invés de outra, servir o exército em uma unidade diferente, o descuido de levantar um tópico de conversa, ou não levantá-lo, em nosso primeiro encontro, qualquer uma dessas alternativas pode nos manter afastados uns dos outros.
Mas, para o cristão não existe coincidência. Um invisível Mestre de cerimônias está trabalhando, Cristo, aquele que disse aos seus discípulos: “Não foste vós que escolhestes a mim, mas eu escolhi a vós outros” é o mesmo que realmente pode dizer a um grupo de amigos cristãos: “Não foram vocês que escolheram ser amigos uns dos outros, mas eu quem escolhi vocês para serem uns dos outros”.
A amizade não é uma recompensa pela nossa discriminação e bom gosto em escolhermos uns aos outros. Ela é um instrumento pela qual Deus revela a beleza de um amigo ao outro. Eles não são mais belos do que milhares de outros homens, mas por meio da amizade Deus abre os nossos olhos para perceber a beleza deles.
Os amigos são, como toda beleza, originados em Deus. Logo, uma boa amizade é desenvolvida por meio dele. É por instrumentalidade dele que ela é criada e revelada.
No banquete da amizade é Deus quem prepara a mesa e também escolhe os convidados. É ele quem às vezes preside a mesa, e nós deveríamos sempre desejar que ele sempre pudesse presidir o banquete. Que não ousemos jamais saborear este banquete sem a presença do nosso Anfitrião!
C. S. Lewis
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